1) Desde o naturalista Lineu, a denominação científica das
espécies é sempre binomial, ou seja, composta por dois nomes, sendo o primeiro
o gênero e o segundo a espécie (Epíteto);
2) Embora as
espécies de um gênero sejam parentes (evolutivamente) e às vezes parecidas, o
primeiro nome não é da família. A família é uma categoria ainda maior,
normalmente englobando vários gêneros;
3) Mesmo que uma espécie tenha dezenas de nomes populares,
ela terá um único nome científico como identidade;
4) O nome da espécie será utilizado internacionalmente,
independentemente da língua do texto que a cita;
5) Todos os nomes são em Latim ou
latinizados (pois a língua morta não está sujeita a alterações de grafia) e por
isso nenhum nome científico deve ser acentuado;
6) Deve-se
escrever o nome científico com destaque, por isso normalmente se utiliza o tipo
itálico (Ficus retusa);
7) Quando usado
sozinho, o nome do gênero se refere a todas as espécies incluídas nele
(escreve-se Acer para se referir a todas as espécies descritas para o gênero);
8) Para se
referir a uma espécie em particular, o nome da espécie é sempre precedido do
nome do gênero (Acer palmatum);
9) O nome do gênero deve ser escrito com letra maiúscula
e o da espécie com letra minúscula, de maneira que seria igualmente incorreto
escrever “acer palmatum” ou “Acer
Palmatum”;
10) Quando
já foi citado antes no mesmo trecho, o nome do gênero pode ser abreviado (A.
palmatum), mas não omitido;
11) Uma espécie
pode ter variedades ou subespécies (A.
palmatum atropurpureum);
12) O nome da espécie não pode ser omitido nem deve ser
abreviado (portanto, não seria correto escrever “A. p. atropurpureum”, nem
muito menos “A. atropurpureum”);
13) Em algumas situações, quando o cientista não
conseguiu, ainda, identificar a que espécie um determinado indivíduo pertence,
ou quando não é de interesse que esta seja explicitada; ele utiliza, após o
nome do Gênero, o termo sp., na Zoologia; ou spec., na Botânica. Tanto um como
outro não devem ser colocados em itálico, ou mesmo sublinhados; e devem estar
acompanhados de um ponto final: Hypsiboas sp. (perereca pertencente ao
Gênero Hypsiboas); Hypsiboas goianus (perereca-de-pijama).;
14) Uma vez
atribuído, um nome de espécie não pode ser retirado, permanecendo como
sinônimo. Muitas vezes, depois de novos estudos fica demonstrado que uma
determinada espécie pertence a outro gênero. Por exemplo, Eugenia suaveolens foi o nome atribuído ao Cambuim-de-raposa, mas
depois foi verificado que esta espécie, por suas características, deveria ser
transferida para o gênero Blepharocalix. Portanto, o nome correto passou a ser Blepharocalix suaveolens, mas o nome
antigo (Eugenia suaveolens syn)
continua como sinônimo;
15) A primeira
atribuição de nome de um gênero ou espécie tem prioridade. Se por equívoco um
novo nome foi atribuído, ao ser percebido o erro, o nome antigo terá
preferência de utilização;
16) Como toda regra, a anterior também tem exceção. Por
exemplo, a espécie Ehretia buxifolia
é mais conhecida internacionalmente como Carmona
microphyla, que é o nome preferido pelos bonsaístas. Embora cientificamente
o nome correto seja o primeiro, o segundo foi consagrado pelo uso. Assim, os
bonsaístas continuarão cultivando Carmona
microphyla, mas se um botânico descobrisse uma nova espécie do gênero,
seria obrigado a usar o nome Ehretia (se ele fosse brasileiro, poderia nomear a
nova espécie como Ehretia brasucae,
por exemplo);
17) Às
vezes aparecem algumas letras entre os nomes: Ficus retusa var. microcarpa, Juniperus
x media, Myrcia cf guianensis,
etc. Também são símbolos utilizados internacionalmente, sendo “var” a
abreviatura de “variedade”, o “x” indica que se trata de uma espécie híbrida de
junípero, e o “cf” significa que o nome da espécie necessita ser confirmado.
18) Os nomes de
família
levam, em zoologia, a terminação idae (ide, com e aberto) e, em botânica, a
terminação aceae (acee, com o segundo e aberto). Ex: o cão e o lobo são da
família Canidae. o coqueiro e as palmeiras são da família Palmaceae.
Ex: Homo
sapiens, Oryza sativa – arroz, Phaseolus
vulgaris – feijoeiro, Zea mays ou Zea mays (milho)19) O epíteto específico pode se referir a uma característica própria daquele indivíduo, como a sua localização, organização corporal, dentre outros; ou mesmo uma homenagem a algum cientista, personagem, etc.;
20)
Quando nomes de pessoas são latinizados, a terminação i é acrescentada ao nome masculino e a terminação ae é acrescentada ao nome feminino.
21) Em textos
acadêmicos e científicos, a primeira referência a um taxon, nomeadamente a uma
espécie, é seguida da sobrenome do cientista que primeiro validamente o
publicou (na zoologia) ou da sua abreviatura padrão(botânica e micologia). Se a
espécie teve a sua posição taxonômica alterada por inclusão em gênero diferente
do original, o sobrenome ou a abreviatura padrã o do autor original e a data de
publicação original são fornecidos em parêntesisantes da indicação de quem
publicou o novo nome. Por exemplo, Amaranthus
retroflexus L. ou Passer
domesticus (Linnaeus,
1758) – o último foi originalmente descrita como uma espécie do gênero
Fringilla, daí o parêntesis. Quando usado em conjunção com o nome
vernáculo da espécie, o nome científico normalmente aparece imediatamente a
seguir no texto, incluído em parêntesis. Por exemplo, "A população do
pardal doméstico(Passer domesticus) está adecrescer na Europa."